A eficiência da cannabis na captura de carbono
- Um hectare de cânhamo pode sequestrar de 9 a 15 toneladas de CO₂ em apenas cinco meses, desempenho comparável ao de florestas jovens, mas com ciclos curtos e colheitas sucessivas.
- A alta eficiência e rapidez do cânhamo tornam a cannabis estratégica para reduzir emissões de gases de efeito estufa em prazos curtos e médios.
- O carbono capturado permanece fixado em fibras, estopas e pó da planta, podendo ser incorporado em materiais de construção sustentáveis como concreto de cal, lã e painéis de cânhamo.
- A proibição do cultivo e a falta de regulamentação limitam pesquisas, investimentos e competitividade frente a países que já utilizam o cânhamo em estratégias ambientais.
Segundo relatório do Instituto Ficus, um único hectare de cânhamo pode sequestrar entre 9 e 15 toneladas de CO₂ em apenas cinco meses de cultivo. Esse desempenho coloca a planta no mesmo nível de uma floresta jovem em termos de absorção de carbono, mas com uma diferença crucial: o ciclo de crescimento do cânhamo é muito mais curto e permite colheitas sucessivas ao longo do ano.
Essa combinação de rapidez e eficiência torna a cannabis uma aliada estratégica nas ações de mitigação das emissões de gases de efeito estufa em prazos curtos e médios. Além disso, seus resultados podem ser monitorados de forma objetiva, o que fortalece sua relevância nas políticas ambientais e oferece vantagens concretas para o cumprimento das metas globais de redução de carbono.
Armazenamento de carbono em materiais de construção
O carbono absorvido pelo cânhamo durante seu ciclo de crescimento não se perde após a colheita. Ele permanece incorporado à biomassa da planta — fibras, estopa e pó — e pode ser fixado por décadas quando transformado em materiais de construção. Produtos como concreto de cal de cânhamo, lã de cânhamo e painéis de fibra não apenas substituem insumos convencionais de maior impacto ambiental, como também mantêm o carbono sequestrado ao longo de sua vida útil.
Pesquisas apontam que as fibras armazenam cerca de 0,38 kg de carbono por quilo, as estopas 0,41 kg C/kg e o pó de cânhamo 0,39 kg C/kg. Esses valores reforçam o potencial expressivo da planta como recurso renovável capaz de unir inovação, sustentabilidade e contribuição direta para a redução das emissões globais.
Desafios no Brasil
Embora o cânhamo se destaque como uma alternativa sustentável e promissora, o Brasil ainda enfrenta entraves significativos para aproveitar plenamente esse potencial. O cultivo da planta continua proibido, e sua aplicação em setores industriais permanece em um limbo regulatório.
Essa ausência de regras claras impede avanços em pesquisa, inovação e atração de investimentos, ao mesmo tempo em que limita a competitividade do país frente a mercados internacionais que já incorporam o cânhamo em estratégias ambientais e produtivas. Superar essas barreiras depende de uma atualização legislativa que considere tanto os benefícios econômicos quanto os ambientais dessa cultura.
Considerações finais
A cannabis, em especial o cânhamo, se apresenta como uma ferramenta estratégica na luta contra as mudanças climáticas, com potencial de capturar grandes quantidades de carbono em pouco tempo e armazená-lo de forma duradoura em produtos sustentáveis.
O Brasil, com seu vasto potencial agrícola, poderia se beneficiar enormemente dessa alternativa. Para isso, será necessário avançar em uma regulamentação clara, que permita distinguir o cultivo industrial do medicinal e, assim, abrir caminho para soluções inovadoras e sustentáveis no enfrentamento da crise climática.

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