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04/04/2025
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CBDCBD

Cannabis Medicinal e TDAH: Como o CBD pode ajudar no tratamento?

O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) afeta milhões de pessoas no Brasil e no mundo, impactando a concentração, o controle dos impulsos e a qualidade de vida. Neste artigo, exploramos a relação entre a Cannabis medicinal e o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), analisando o que a ciência tem a dizer sobre essa alternativa terapêutica.

Três crianças sentadas no chão de uma sala de aula participam de uma atividade educativa com cartões coloridos contendo letras.
  • O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é uma condição neuropsiquiátrica que afeta milhões de pessoas no Brasil e no mundo, comprometendo a atenção, o controle dos impulsos e a qualidade de vida.
  • O tratamento tradicional combina medicamentos estimulantes, psicoterapia e mudanças no estilo de vida, mas muitos pacientes enfrentam efeitos colaterais indesejados, como insônia, irritabilidade e perda de apetite.
  • Há um crescente interesse pela Cannabis medicinal, especialmente o canabidiol (CBD), como alternativa terapêutica.
  • O CBD tem demonstrado potencial para melhorar a ansiedade, a impulsividade, a qualidade do sono e até a regulação emocional em pacientes com TDAH.
  • Estudos iniciais indicam que o CBD pode favorecer o equilíbrio neuroquímico e melhorar a concentração sem os efeitos colaterais comuns dos medicamentos convencionais.

O que é TDAH?

O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é uma condição neuropsiquiátrica que costuma surgir na infância e, em muitos casos, persiste ao longo da adolescência e da vida adulta. Seus principais sintomas envolvem desatenção, impulsividade e, em algumas situações, hiperatividade.

O reconhecimento clínico do TDAH começou a ganhar forma com a publicação da versão revisada do DSM-III (DSM-III-R), em 1987. No entanto, foi apenas em 1994, com o DSM-IV, que o diagnóstico passou a ser mais preciso, ao incluir a divisão em subtipos — desatento, hiperativo-impulsivo e combinado —, o que consolidou sua aceitação na prática médica.

Atualmente, estima-se que cerca de dois milhões de pessoas convivem com o transtorno no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde. A maior incidência continua sendo registrada entre crianças, atingindo de 3% a 5% da população infantil mundial, conforme informações da Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA).

Diante dos efeitos colaterais associados aos tratamentos convencionais — que incluem o uso de estimulantes e antidepressivos —, tem crescido o interesse por alternativas terapêuticas. Nesse cenário, a Cannabis medicinal tem se destacado como uma possibilidade promissora.

Mas, afinal, como é feito o tratamento tradicional do TDAH?

Classificado como um transtorno do neurodesenvolvimento, seus sintomas variam em intensidade, mas geralmente comprometem a concentração, o controle dos impulsos e o desempenho nas atividades do dia a dia.

No caso das crianças, há um relativo consenso entre especialistas sobre as abordagens mais eficazes. O tratamento costuma ser multidisciplinar, combinando o uso de medicamentos alopáticos, a prática regular de atividades físicas e o acompanhamento psicoterapêutico.

Entre os fármacos mais prescritos estão os estimulantes do sistema nervoso central, que atuam melhorando a atenção, reduzindo a impulsividade e controlando a hiperatividade. Além disso, esses medicamentos podem favorecer o desempenho cognitivo e escolar.

Com o passar do tempo, aquelas crianças diagnosticadas com TDAH nos anos 1990 chegaram à vida adulta — hoje, estão na faixa dos 30 aos 40 anos. Trata-se da primeira geração que cresceu sob acompanhamento clínico, o que traz à tona uma nova demanda: como lidar com o transtorno nessa nova fase da vida?

O tratamento do transtorno em adultos é um tema que só recentemente passou a receber maior atenção da medicina e da psicologia. Essa transição exige adaptações importantes, já que os impactos do TDAH podem se manifestar de maneira diferente ao longo da vida.

Primeira geração diagnosticada chega à vida adulta: como é o tratamento agora?

Para esses pacientes, o tratamento ainda é, em grande parte, baseado no uso de medicamentos como o metilfenidato e a lisdexanfetamina, associados à psicoterapia e a mudanças no estilo de vida. Estratégias como a organização de rotinas, a prática de atividades físicas e o desenvolvimento de técnicas de autocontrole também fazem parte do cuidado contínuo.

Nem todos se adaptam bem aos medicamentos tradicionais. Muitos adultos relatam efeitos colaterais como insônia, perda de apetite, irritabilidade e aumento da ansiedade.

Diante disso, cresce o interesse por alternativas terapêuticas com menos efeitos adversos — e, entre elas, a Cannabis medicinal tem se destacado como uma possibilidade promissora.

No contexto do TDAH em adultos, o canabidiol (CBD) vem ganhando atenção, especialmente entre aqueles que enfrentam dificuldades com o uso de estimulantes do sistema nervoso central.

Ao contrário desses fármacos, o CBD tende a ser melhor tolerado e apresenta um perfil de efeitos colaterais mais leve, o que o torna uma alternativa viável para alguns pacientes.

O que é Cannabis medicinal?

A cannabis medicinal é o uso terapêutico dos compostos extraídos da planta Cannabis sativa para tratar diversas condições de saúde. Essa planta contém mais de 100 substâncias ativas, chamadas de fitocanabinoides, sendo o tetrahidrocanabinol (THC) e o canabidiol (CBD) os mais conhecidos e estudados.

Esses compostos atuam sobre o sistema endocanabinoide, uma rede de receptores presente em todo o corpo, responsável por regular funções vitais como o sono, o apetite, o humor, a dor e a memória.

Entre eles, o CBD tem se destacado por seu potencial terapêutico. Ele possui propriedades ansiolíticas, antipsicóticas e neuroprotetoras — e, ao contrário do THC, não provoca efeitos psicoativos.

Por apresentar baixa toxicidade e um perfil de segurança considerado elevado, o canabidiol vem sendo cada vez mais estudado como uma alternativa promissora no campo da saúde.

No contexto do TDAH, embora os estudos ainda estejam em fase inicial, os resultados preliminares são animadores — especialmente em relação ao controle da ansiedade, da impulsividade e à melhora da qualidade do sono, sintomas comuns entre pacientes com o transtorno.

Como o CBD atua no tratamento do TDAH?

Pessoas com TDAH costumam apresentar níveis reduzidos de dopamina, um neurotransmissor fundamental para regular a atenção, a memória, o controle emocional e a motivação. Embora o CBD não atue diretamente sobre os receptores de dopamina — como fazem os medicamentos estimulantes tradicionais, como o metilfenidato —, ele pode ajudar a equilibrar esse sistema de forma indireta.

O CBD interage com o sistema endocanabinoide, um dos responsáveis por manter o equilíbrio entre vários neurotransmissores no corpo, incluindo a própria dopamina. Ao atuar nesse sistema, o CBD contribui para uma regulação mais eficiente da comunicação entre os neurônios, favorecendo o funcionamento cerebral como um todo.

Além disso, ele também influencia o sistema serotoninérgico, envolvido no controle do humor, da ansiedade e da impulsividade. Isso pode resultar em um estado mental mais estável, o que facilita a concentração, o foco e o autocontrole — habilidades frequentemente comprometidas em pessoas com TDAH.

Outro aspecto importante é o impacto positivo sobre o sono e a ansiedade. Muitas pessoas com TDAH sofrem com noites mal dormidas e níveis elevados de ansiedade, fatores que prejudicam diretamente o desempenho cognitivo. Ao reduzir esses sintomas, o CBD pode contribuir para a melhora das chamadas funções executivas, como a capacidade de planejar, organizar tarefas e tomar decisões com mais clareza.

O que dizem os estudos sobre Cannabis e TDAH?

Embora as pesquisas ainda estejam em estágio inicial, alguns estudos sobre o uso do canabidiol (CBD) em adultos — especialmente no controle de sintomas comuns do TDAH, como ansiedade, insônia e dificuldades de atenção — já apresentam resultados promissores.

A seguir, três referências que ilustram essas observações:

1. Regulação do sono e redução da ansiedade

Um estudo conduzido por Shannon et al. (2019), publicado no The Permanente Journal, avaliou os efeitos do canabidiol (CBD) em 72 adultos com queixas relacionadas à ansiedade e distúrbios do sono. Após o primeiro mês de uso, 79,2% dos participantes relataram redução nos níveis de ansiedade, enquanto 66,7% notaram melhora na qualidade do sono.

Apesar de o estudo não ter abordado diretamente o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), os sintomas investigados — como ansiedade e insônia — são frequentemente observados em adultos com o transtorno, o que torna os achados relevantes para essa população.

2. Melhora da atenção e regulação emocional

Barchel et al. (2019) realizaram uma análise retrospectiva publicada na Scientific Reports, focada em tratamentos com Cannabis medicinal em pacientes com transtorno do espectro autista. Embora o estudo não tenha como foco o TDAH, os resultados indicaram que produtos com alto teor de CBD ajudaram a controlar sintomas como agitação, impulsividade e dificuldades de atenção — características também comuns em pessoas com TDAH.

Esses achados sugerem que o CBD pode ter potencial terapêutico em diferentes condições do neurodesenvolvimento, promovendo melhora no comportamento e na capacidade de foco.

3. Uso de Cannabis por adultos com TDAH – percepção dos sintomas

No estudo de Cooper et al. (2017), publicado no Journal of Attention Disorders, foram realizadas entrevistas com adultos diagnosticados com TDAH que faziam uso de Cannabis. Muitos relataram efeitos positivos, como melhora na auto regulação emocional, maior foco, melhor qualidade do sono e uma sensação de “mente mais calma”.

Embora se trate de uma análise qualitativa e exploratória, o estudo oferece insights valiosos sobre a percepção subjetiva dos próprios pacientes em relação ao uso da cannabis medicinal como forma de aliviar os sintomas do TDAH.

Embora o TDAH seja um transtorno que pode acompanhar o indivíduo ao longo de toda a vida, ainda há muito a ser descoberto sobre como ele se manifesta na vida adulta e quais abordagens terapêuticas são mais eficazes nessa fase. Com a primeira geração diagnosticada na infância agora alcançando a maturidade, surgem novas demandas por tratamentos mais adaptáveis, com menos efeitos colaterais e maior foco na qualidade de vida.

Nesse cenário, a Cannabis medicinal — especialmente o canabidiol (CBD) — tem despertado um interesse crescente. Apesar de os estudos disponíveis ainda serem limitados, os resultados iniciais são promissores. As pesquisas apontam que o CBD pode contribuir para a regulação emocional, a melhora do sono, a redução da ansiedade e, em alguns casos, o aumento da concentração — sintomas frequentemente associados ao TDAH.

À medida que novas investigações forem realizadas e os dados forem se consolidando, será possível compreender com mais precisão o papel da Cannabis no manejo dos sintomas do TDAH, oferecendo novas possibilidades de cuidado para quem convive com o transtorno.

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