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16/07/2025
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6 min de leitura

CBD e Distúrbios Motores: Como a Cannabis Medicinal auxilia no controle de Doenças Neurológicas

O canabidiol (CBD), um dos principais compostos da Cannabis sativa, tem se destacado na área da neurologia por seu potencial terapêutico no manejo de distúrbios motores.

Pesquisas recentes têm revelado benefícios significativos do uso do CBD em quadros como doença de Parkinson, esclerose múltipla, distonia, paralisia cerebral e epilepsias com manifestações motoras.

Diante das limitações das terapias tradicionais, cresce a busca por alternativas que ofereçam eficácia com menos efeitos adversos. Nesse contexto, o CBD desponta como uma opção promissora, unindo segurança, tolerabilidade e efeitos positivos no controle dos sintomas motores.

Profissional de saúde segurando com carinho a mão de uma pessoa idosa com distúrbio motor.
  • O canabidiol (CBD) tem se destacado por seu efeito terapêutico nos distúrbios motores sem provocar efeitos psicoativos, sendo uma opção segura para quem busca alívio com menos efeitos colaterais que os tratamentos convencionais.
  • Doenças como Parkinson, esclerose múltipla e paralisia cerebral afetam severamente a mobilidade, autonomia e qualidade de vida, tornando simples tarefas diárias desafiadoras e gerando impacto emocional significativo.
  • O CBD atua de forma ampla no sistema nervoso, regulando receptores como TRPV1 e 5-HT1A, o que ajuda a aliviar rigidez, espasticidade, tremores e dor, promovendo maior controle motor e funcionalidade.
  • A combinação CBD+THC, especialmente em doenças como esclerose múltipla e distonia, pode ampliar os benefícios terapêuticos, embora o THC exija cautela devido a possíveis efeitos psicoativos e adversos

O que são distúrbios motores?

Distúrbios motores são condições que comprometem a capacidade do sistema nervoso de controlar os movimentos do corpo de forma voluntária, precisa e coordenada.

Distúrbios Motores

Geralmente, esses distúrbios têm origem em alterações neurológicas que afetam o cérebro, a medula espinhal ou os nervos periféricos. As causas podem ser variadas, incluindo fatores genéticos, degenerativos, inflamatórios, infecciosos, autoimunes ou traumáticos.

Sintomas comuns nos Distúrbios do Movimento

Entre os sinais mais frequentes observados nesses quadros, destacam-se:

  • Rigidez muscular: aumento anormal do tônus muscular, que torna os músculos tensos e dificulta a movimentação das articulações.
  • Tremores: movimentos rítmicos e involuntários, geralmente nas mãos, braços ou cabeça, que podem ocorrer tanto em repouso quanto durante a ação.
  • Espasticidade: contrações musculares involuntárias e contínuas, frequentemente associadas a reflexos exagerados e resistência ao movimento passivo.
  • Movimentos involuntários (discinesias): incluem tiques, espasmos e contrações abruptas ou repetitivas, sem função motora específica.
  • Ataxia: dificuldade em realizar movimentos coordenados e precisos, como caminhar em linha reta ou manipular objetos com destreza, geralmente relacionada a lesões no cerebelo.

Principais doenças associadas aos Distúrbios Motores

Esses sintomas estão presentes em diversas condições neurológicas, entre as quais se destacam:

  • Doença de Parkinson Distúrbio neurodegenerativo progressivo que compromete o controle motor, com sintomas como tremores em repouso, rigidez, bradicinesia (lentidão dos movimentos) e instabilidade postural.

  • Esclerose Múltipla (EM) Doença autoimune em que o sistema imunológico ataca a bainha de mielina — estrutura que reveste e protege os nervos — interferindo na comunicação entre o cérebro e o corpo. Pode provocar espasticidade, fraqueza muscular, tremores e alterações na coordenação.

  • Distonia Transtorno neurológico caracterizado por contrações musculares involuntárias e sustentadas, que resultam em movimentos repetitivos ou posturas anormais. Pode afetar áreas específicas, como mãos, pescoço ou face, ou ocorrer de forma mais generalizada.

  • Paralisia Cerebral Grupo de distúrbios do movimento causados por lesão cerebral não progressiva, geralmente ocorrida no período perinatal. As manifestações incluem espasticidade, rigidez, discinesias e dificuldades na coordenação motora.

  • Epilepsias com manifestações motoras Alguns tipos de epilepsia, como as crises mioclônicas e tônico-clônicas, envolvem episódios súbitos de movimentos involuntários, espasmos musculares e perda momentânea do controle motor.

Como os distúrbios motores afetam o cotidiano

Atividades simples do dia a dia — como caminhar, escrever, vestir-se ou segurar objetos — passam a exigir esforço e atenção redobrados. Movimentos antes automáticos tornam-se lentos, imprecisos ou até impossíveis de realizar sem auxílio.

Esse comprometimento motor afeta diretamente a mobilidade, a autonomia e a qualidade de vida da pessoa, interferindo em sua capacidade de trabalhar, socializar e realizar tarefas básicas. Em muitos casos, o impacto emocional também é significativo, podendo gerar frustração, isolamento e perda de autoestima.

Tratamentos convencionais dos Distúrbios Motores

O tratamento dos distúrbios motores varia conforme a causa e a intensidade dos sintomas, mas, de modo geral, adota uma abordagem multidisciplinar. Isso inclui o uso de medicamentos, fisioterapia, terapias complementares e, em casos selecionados, intervenções cirúrgicas.

O principal objetivo é controlar os sintomas, promover a mobilidade e preservar a qualidade de vida do paciente.

Entre os medicamentos mais utilizados no manejo dos distúrbios motores, destacam-se:

  • Dopaminérgicos:
  • Relaxantes musculares:
  • Anticonvulsivantes:
  • Anticolinérgicos:
  • Bloqueadores neuromusculares e toxina botulínica:

Limitações e efeitos colaterais dos tratamentos tradicionais

Embora os tratamentos convencionais ofereçam alívio significativo para muitos pacientes com distúrbios motores, sua eficácia nem sempre é satisfatória em todos os casos. Além disso, o uso prolongado de determinados medicamentos pode estar associado a efeitos colaterais relevantes, tais como:

  • Sonolência excessiva
  • Fadiga persistente
  • Distúrbios gastrointestinais (náuseas, constipação)
  • Tontura e instabilidade postural
  • Risco de dependência, especialmente com o uso prolongado de benzodiazepínicos

Diante dessas limitações, cresce o interesse por abordagens terapêuticas complementares. Nesse cenário, o canabidiol (CBD) tem se destacado como uma alternativa promissora, por reunir potencial terapêutico e um perfil de segurança mais favorável em determinados contextos clínicos.

Como o CBD Atua no Sistema Motor

O canabidiol (CBD) exerce seus efeitos principalmente por meio da modulação do sistema endocanabinoide — um conjunto de receptores e moléculas que desempenham papel essencial na regulação de diversas funções fisiológicas, como dor, controle motor, humor e processos inflamatórios.

Embora a interação do CBD com os receptores canabinoides CB1 e CB2 seja indireta, ele atua em outros alvos relevantes do sistema nervoso, favorecendo o equilíbrio da atividade motora. Entre os principais mecanismos envolvidos, destacam-se:

  • Receptores de serotonina (5-HT1A): ajudam a reduzir a ansiedade e a rigidez muscular, promovendo maior fluidez e controle dos movimentos.
  • Receptores TRPV1: contribuem para a modulação da dor e da espasticidade, sintomas frequentemente presentes em distúrbios motores.
  • Canais de cálcio e receptores de adenosina: regulam a excitabilidade neuronal e a liberação de neurotransmissores, o que favorece a comunicação adequada entre os neurônios motores.

Essa atuação multifatorial do CBD permite um efeito modulador sobre o sistema neuromotor, ajudando a reduzir espasmos, tremores, rigidez e outros sintomas que comprometem a mobilidade e a qualidade de vida dos pacientes.

Aplicações terapêuticas do THC em Doenças Neurológicas

O tetraidrocanabinol (THC), um dos principais canabinoides presentes na Cannabis sativa, tem demonstrado potencial terapêutico em diversas condições neurológicas, sobretudo quando associado ao canabidiol (CBD). Essa combinação tende a equilibrar os efeitos psicoativos do THC e ampliar os benefícios clínicos.

A seguir, destacam-se algumas doenças neurológicas em que o uso do THC pode ser benéfico:

Esclerose Múltipla (EM)

O THC, especialmente em formulações combinadas com CBD, apresenta eficácia comprovada no tratamento da espasticidade em pacientes com EM. Seus efeitos positivos incluem:

  • Redução da rigidez muscular
  • Diminuição de espasmos involuntários
  • Alívio das dores associadas à doença

Há evidência clínica robusta que embasa seu uso, com medicamentos aprovados em diversos países — incluindo o Brasil, mediante prescrição médica e autorização da Anvisa.

Doença de Parkinson

Estudos preliminares sugerem que o THC pode contribuir para:

  • Alívio das discinesias induzidas por levodopa
  • Melhora da qualidade do sono
  • Aumento da sensação de bem-estar

Contudo, ainda existem controvérsias quanto aos seus efeitos sobre sintomas motores centrais, como tremores e rigidez. Além disso, há relatos de efeitos adversos, como alterações cognitivas e alucinações, o que demanda cautela e avaliação individualizada.

Distonia

Em casos de distonia focal ou generalizada, o THC pode auxiliar na:

  • Redução dos espasmos musculares involuntários
  • Atenuação da dor relacionada

Relatos clínicos e estudos de caso indicam benefícios, especialmente quando o THC é administrado em associação ao CBD. No entanto, ainda são necessários mais ensaios clínicos controlados para confirmar sua eficácia e segurança em maior escala.

Considerações finais

O canabidiol (CBD) tem se consolidado como uma alternativa terapêutica promissora no tratamento dos distúrbios motores, especialmente para pacientes que não apresentam resposta satisfatória aos tratamentos convencionais.

Seus efeitos anti-inflamatórios, relaxantes e moduladores do sistema nervoso central contribuem de maneira relevante para o alívio de sintomas como espasticidade, tremores e rigidez muscular.

Embora ainda sejam necessários estudos de longo prazo e maior padronização em protocolos clínicos, o CBD representa uma perspectiva concreta de melhora na qualidade de vida de pessoas que convivem com distúrbios motores crônicos — proporcionando alívio com menor incidência de efeitos adversos e favorecendo uma recuperação mais funcional e equilibrada.

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