- O aumento de metas agressivas, prazos curtos e avaliações constantes intensificou estresse, ansiedade e burnout no ambiente de trabalho brasileiro.
- O home office e o modelo híbrido borraram limites entre vida pessoal e profissional, gerando sobrecarga mental e dificuldade em desconectar.
- Tabus sobre saúde mental persistem, enquanto a rede pública é insuficiente; isso favorece automedicação e uso crescente de fármacos sem acompanhamento adequado.
- Empresas começam a investir em bem-estar, e opções como o CBD ganham espaço por menor risco de dependência e potencial de equilíbrio, mas exigem orientação médica e mudanças culturais duradouras.
Elaborando os dados:

Por que esse aumento?
Para entender esse fenômeno, precisamos examinar vários fatores que vêm contribuindo para que cada vez mais pessoas dependam de medicamentos para conseguir lidar com o dia a dia profissional.
- Pressão por produtividade e metas As empresas, globalmente e no Brasil, têm exigido mais resultados, com prazos mais curtos, metas agressivas, e muitos ciclos de feedback e avaliação. Isso gera ansiedade, sensação de nunca estar dando conta, de precisar estar sempre “ligado”.
- Ambiente de trabalho híbrido / home office A pandemia acelerou mudanças: trabalhar em casa trouxe vantagens, mas também borramentos entre vida profissional e pessoal. Muitas pessoas passaram a ter jornadas irregulares, dificuldades em desconectar e aumento da sobrecarga mental.
- Tabus em saúde mental Apesar de haver avanços nos últimos anos — empresas que investem em programas de bem-estar, acolhimento emocional, consciência sobre saúde mental — ainda há vergonha, estigma. Gestores sentem que “não podem mostrar fraqueza”, funcionários têm medo de ser vistos como menos capazes.
- Facilidade de acesso a medicamentos Em alguns casos, há prescrição médica, mas em outros, automedicação ou uso prolongado sem acompanhamento adequado. A pressão para “dar conta” muitas vezes leva as pessoas a recorrerem a soluções rápidas, que nem sempre são bem avaliadas a longo prazo.
As consequências do uso excessivo de medicamentos
Medicamentos para ansiedade, estresse, depressão e outras condições psiquiátricas são ferramentas importantes, muitas vezes indispensáveis. Mas seu uso “em massa” ou sem o acompanhamento adequado pode trazer riscos:
- Dependência ou tolerância: Alguns remédios, especialmente ansiolíticos ou sedativos, podem causar dependência ou exigir doses maiores com o tempo.
- Efeitos colaterais físicos e mentais: Sono alterado, apatia, fadiga, problemas metabólicos, ganho de peso, problemas cardíacos dependendo da medicação, dentre outros.
- Mascaração de problemas mais profundos: Ao medicar apenas sintomas, pode-se ignorar causas estruturais como ambiente tóxico, excesso de trabalho, falta de suporte psicológico, excesso de sobrecarga.
- Estigma e isolamento: Quem depende de remédios pode se sentir envergonhado ou constrangido, o que diminui a probabilidade de buscar ajuda aberta ou de falar sobre seus sentimentos.
- Desigualdade no acesso: Há disparidades de acesso a profissionais qualificados, terapias, suporte, o que pode levar alguns a dependerem de medicação como única alternativa viável.
Avanços e barreiras: Já existem iniciativas positivas
Apesar do cenário preocupante, já é possível observar alguns sinais de mudança. Diversas empresas têm investido em práticas de acolhimento emocional, criando programas de saúde mental, estabelecendo pausas estruturadas ao longo do expediente e repensando seus ambientes de trabalho para que sejam mais humanos e acolhedores.
A conscientização em torno de temas como burnout, estresse e saúde mental também vem crescendo, acompanhada de avanços em legislações que, em certos setores, já estabelecem regras mais claras sobre direitos e cuidados com os trabalhadores. Além disso, organizações e profissionais de diferentes áreas têm defendido modelos de trabalho mais equilibrados, que respeitam o horário de descanso, evitam a sobrecarga e reconhecem o valor do ócio criativo e da recuperação emocional como parte do processo produtivo.
Ainda assim, esses esforços frequentemente encontram obstáculos em culturas corporativas mais tradicionais, que insistem em priorizar resultados imediatos e, muitas vezes, negligenciam ou até negam o impacto psicológico que esse modelo de gestão provoca.
Caminhos e alternativas para o equilíbrio
Uma das alternativas mais discutidas recentemente é o uso da cannabis medicinal, em particular o CBD (canabidiol), que é um composto da planta Cannabis sativa sem efeito psicoativo (ou com efeito psicoativo muito reduzido, dependendo da concentração de THC). Aqui, exploramos como o CBD pode ajudar, quais evidências existem, riscos e recomendações.
Vantagens e potencial do CBD
- Menos efeitos colaterais severos do que certos medicamentos psiquiátricos ou sedativos normalmente prescritos.
- Pode permitir uma redução de dose de outros remédios, sob supervisão médica.
- Menor risco de dependência em comparação com ansiolíticos benzodiazepínicos.
- Efeito mais “suave”, modulador, potencial para promover equilíbrio, em vez de “suprimir” sintomas.
Considerações finais
O fato de o ambiente de trabalho brasileiro estar cada vez mais medicado é um alerta. Ele revela que muitos dos problemas do mundo corporativo — sobrecarga, pressão, expectativas irrealistas — não foram resolvidos apenas com adaptação tecnológica, novas ferramentas ou trabalho remoto; a saúde mental está pagando o preço.
Mas há esperança: reconhecer o problema já é meio caminho andado. As alternativas naturais, o investimento em bem-estar, mudanças na cultura organizacional, políticas de saúde mental, práticas integrativas como o uso de CBD (quando legal, seguro e bem orientado) — tudo isso pode tornar o ambiente de trabalho menos opressor, mais saudável, mais humano.



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