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30/05/2025
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Doença Renal Crônica e Cannabis: Manejo da dor sem sobrecarga renal

Quem convive com a Doença Renal Crônica (DRC) sabe que a dor pode fazer parte do dia a dia — seja por causa da própria doença, de outros problemas de saúde ou de complicações como dores nos nervos e nos ossos. O grande desafio é que muitos remédios para dor, como anti-inflamatórios, podem piorar ainda mais o funcionamento dos rins.

Como os rins têm um papel essencial no bom funcionamento do corpo, qualquer comprometimento nessa função exige cuidados redobrados com os medicamentos. É nesse cenário que a cannabis medicinal, especialmente o canabidiol (CBD), vem ganhando destaque como uma alternativa natural e segura para ajudar no controle da dor — sem sobrecarregar ainda mais os rins.

Pessoa segurando um modelo anatômico de rins humanos em detalhe.
  • A Doença Renal Crônica (DRC) é caracterizada pela perda progressiva e irreversível da função dos rins por mais de três meses, podendo evoluir para diálise ou transplante renal em estágios avançados.
  • A hipertensão arterial e o diabetes mellitus são as principais causas da DRC, mas doenças como nefrites, rins policísticos e infecções urinárias também contribuem.
  • A dor crônica é uma das principais preocupações na DRC, mas o uso de analgésicos convencionais pode agravar o problema renal.
  • Nesse contexto, a cannabis medicinal, especialmente o canabidiol (CBD), surge como alternativa promissora para aliviar dores musculares, neuropáticas e ósseas, reduzir ansiedade e melhorar o sono.
  • Apesar de não curar a DRC, o uso responsável e orientado da cannabis medicinal pode melhorar significativamente o bem-estar dos pacientes, integrando-se a outras medidas de cuidado para proporcionar mais qualidade de vida.

O que é a Doença Renal Crônica (DRC)?

A Doença Renal Crônica (DRC) é uma condição caracterizada pela perda progressiva e irreversível da função dos rins ao longo de três meses ou mais.

Ela é classificada em cinco estágios, de acordo com o grau de comprometimento renal. No estágio mais avançado (estágio 5), o paciente pode precisar de diálise ou transplante renal para sobreviver.

Para entender melhor o impacto da DRC no organismo, é fundamental conhecer as principais funções dos rins.

Quais são as principais funções dos rins?

Os rins desempenham um papel vital no equilíbrio do organismo. São responsáveis por filtrar o sangue, eliminando resíduos e o excesso de líquidos por meio da urina. No entanto, suas funções vão muito além da excreção.

 Entre as principais atividades renais, destacam-se:

  • Filtração do sangue, com remoção de resíduos e excesso de líquidos;
  • Excreção de subprodutos metabólicos por meio da urina;
  • Produção de hormônios, como a eritropoetina, que estimula a formação de glóbulos vermelhos;
  • Regulação do equilíbrio hidroeletrolítico, controlando níveis de sódio, potássio, cálcio, entre outros;
  • Manutenção do pH sanguíneo, regulando o equilíbrio ácido-básico;
  • Controle da pressão arterial por meio do equilíbrio de fluidos e da liberação de substâncias vasoativas.
Imagem apresenta uma comparação anatômica entre um rim saudável e um rim acometido por Doença Renal Crônica

À medida que a função renal se deteriora, o organismo perde a capacidade de realizar processos vitais, o que impacta diretamente a qualidade de vida do paciente. Entre as diversas complicações associadas à DRC, a dor crônica é uma das mais recorrentes e debilitantes.

Quais são as principais causas da doença renal crônica?

A Doença Renal Crônica está frequentemente associada a duas das condições mais prevalentes na população brasileira: hipertensão arterial e diabetes mellitus.

A hipertensão arterial pode ser tanto causa quanto consequência da disfunção renal. Isso ocorre porque os rins participam ativamente do controle da pressão arterial.

Quando sua função está comprometida, os níveis de pressão podem se desequilibrar. Por outro lado, a elevação crônica da pressão também pode danificar os vasos sanguíneos dos rins, prejudicando sua capacidade de filtração. O controle da hipertensão, portanto, é fundamental para prevenir ou retardar a progressão da DRC.

A diabetes, por sua vez, danifica os vasos sanguíneos renais ao longo do tempo, o que compromete a capacidade dos rins de filtrarem o sangue adequadamente.

Além dessas duas causas principais, outras condições também podem levar à DRC, como:

  • Nefrites, inflamações nos rins que afetam sua estrutura e funcionamento;
  • Doença renal policística, caracterizada por cistos hereditários nos rins;
  • Infecções urinárias recorrentes, que podem danificar o trato urinário ao longo do tempo;
  • Doenças congênitas, presentes desde o nascimento, que afetam o desenvolvimento e a função renal.

Quais são os sintomas de um paciente com Doença Renal Crônica (DRC)?

A Doença Renal Crônica pode evoluir de forma silenciosa nas fases iniciais, mas à medida que a função renal se deteriora, diversos sintomas podem surgir. Entre os mais comuns estão:

  • Micção frequente durante a noite (nictúria);
  • Fadiga persistente e fraqueza;
  • Náuseas e vômitos;
  • Coceira na pele (prurido);
  • Espasmos musculares e cãibras, principalmente à noite;
  • Perda de apetite e perda de peso involuntária;
  • Dificuldade de concentração ou confusão mental;
  • Falta de ar (dispneia), especialmente em casos de acúmulo de líquido nos pulmões;
  • Inchaço (edema), principalmente nas pernas, tornozelos e ao redor dos olhos.

Esses sintomas ocorrem porque os rins deixam de desempenhar adequadamente suas funções de filtração, regulação de eletrólitos e controle de líquidos, afetando diversos sistemas do organismo.

A Doença Renal Crônica tem cura?

Infelizmente, a Doença Renal Crônica não tem cura. No entanto, com diagnóstico precoce e acompanhamento adequado, é possível retardar sua progressão, controlar os sintomas e melhorar significativamente a qualidade de vida do paciente.

Como preservar a função renal: estratégias de tratamento

O plano terapêutico varia conforme o estágio da doença e pode incluir diferentes abordagens combinadas, tais como:

  • Uso de medicamentos para controlar a pressão arterial, diabetes ou anemia;
  • Ajustes na alimentação, com redução de sódio, fósforo e proteínas, quando necessário;
  • Hidratação equilibrada, evitando a sobrecarga dos rins;
  • Tratamento de complicações como distúrbios minerais e acidose metabólica.

Nos estágios mais avançados, pode ser necessário iniciar diálise ou considerar o transplante renal, conforme avaliação médica.

Quais são as opções de tratamento oferecidas pelo SUS para pacientes com Doença Renal Crônica?

O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza gratuitamente dois principais tipos de terapia renal substitutiva (TRS) para pacientes com Doença Renal Crônica em estágio avançado:

  • Hemodiálise: é realizada em clínicas especializadas, geralmente três vezes por semana. Nesse procedimento, o sangue do paciente é retirado do corpo, filtrado por uma máquina (dialisador) que remove toxinas e o excesso de líquidos, e depois devolvido ao organismo.
  • Diálise peritoneal: feita normalmente em casa, de forma diária, com o auxílio de um líquido especial que é introduzido na cavidade abdominal por meio de um cateter. Esse líquido promove a troca de substâncias com o sangue através da membrana peritoneal, funcionando como um filtro natural. Geralmente, é realizada à noite, enquanto o paciente dorme.

Ambas as opções visam substituir parcialmente a função dos rins, melhorando o bem-estar e prolongando a vida dos pacientes que já não conseguem manter essa função de forma natural.

Como a cannabis pode ajudar pacientes com DRC?

Embora a cannabis medicinal não atue diretamente sobre os rins — ou seja, não reverte nem interrompe a progressão da Doença Renal Crônica — ela pode ser uma aliada importante no controle dos sintomas e na melhoria da qualidade de vida dos pacientes.

Entre os principais benefícios observados, destacam-se:

  • Alívio da dor crônica: dores musculares, neuropáticas ou ósseas são comuns em pacientes com DRC. O canabidiol (CBD), composto não psicoativo da cannabis, possui propriedades analgésicas e anti-inflamatórias, ajudando no controle da dor sem os efeitos colaterais típicos de opioides ou anti-inflamatórios tradicionais, que podem prejudicar ainda mais a função renal.
  • Redução da ansiedade e melhora do sono: o CBD também tem efeitos ansiolíticos e levemente sedativos, o que pode ser especialmente útil para pacientes que enfrentam insônia, agitação ou sofrimento emocional por conta da condição crônica.
  • Controle de náuseas e estímulo do apetite: em alguns casos, principalmente entre pacientes em diálise ou que fazem uso de muitos medicamentos, o tetraidrocanabinol (THC) — quando administrado em doses baixas e com acompanhamento médico — pode ajudar a reduzir náuseas, vômitos e falta de apetite.

Esses efeitos tornam a cannabis uma alternativa natural e segura para auxiliar no cuidado global do paciente renal, desde que usada com orientação profissional.

Considerações finais

Viver com Doença Renal Crônica exige cuidados constantes, principalmente no controle da dor e dos sintomas que afetam o bem-estar do paciente. Nesse contexto, a cannabis medicinal — em especial o CBD — se apresenta como uma aliada promissora por oferecer alívio sem comprometer ainda mais a função renal.

Embora não represente uma cura para a DRC, o uso responsável e acompanhado por profissionais da saúde pode ajudar no controle da dor, na redução da ansiedade, na melhora do sono e até no estímulo do apetite. Com isso, a cannabis contribui para devolver qualidade de vida ao paciente, respeitando os limites impostos pela condição renal.

Mais do que uma solução única, o CBD deve ser entendido como parte de uma abordagem integrativa e cuidadosa — focada no conforto, na dignidade e no bem-estar de quem enfrenta os desafios diários da insuficiência renal.

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