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06/05/2025
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4 min de leitura

CBG e estímulo ao apetite: Como o Canabigerol pode ajudar na perda de peso e nutrição clínica

O canabigerol (CBG) é um dos compostos bioativos presentes na planta Cannabis sativa, pertencente à classe dos fitocanabinoides. Embora menos conhecido que o canabidiol (CBD) e o tetrahidrocanabinol (THC), o CBG vem despertando crescente interesse científico devido ao seu potencial terapêutico.

Profissional com luvas azuis e jaleco branco examina uma planta de cannabis com o auxílio de uma lupa, em um ambiente de cultivo controlado.
  • O canabigerol (CBG) é um fitocanabinoide da Cannabis sativa, sem efeitos psicoativos, que tem ganhado atenção pelo seu potencial terapêutico, especialmente como estimulante do apetite.
  • Estudos em animais indicam que o CBG pode aumentar a ingestão de alimentos por meio da modulação do sistema endocanabinoide, estimulando hormônios como a grelina, responsável pela sensação de fome.
  • O CBG pode ser útil em condições que envolvem perda de peso severa, como câncer, caquexia, HIV/AIDS, doenças degenerativas, além de transtornos alimentares como anorexia e bulimia.
  • O uso de CBG deve ser prescrito por profissionais habilitados e seguir as regulamentações da Anvisa, enquanto a ciência avança na comprovação dos seus efeitos.

Entre os efeitos observados em estudos iniciais, destaca-se sua possível ação como estimulador do apetite. Esse efeito pode ser especialmente relevante em condições clínicas que envolvem perda de peso significativa, como caquexia, câncer, HIV/AIDS e transtornos alimentares, nos quais a recuperação nutricional é parte essencial do tratamento.

Diante desse potencial terapêutico, surge uma pergunta importante:

Como o CBG estimula o apetite?

Estudos preliminares em modelos animais indicam que o canabigerol (CBG) pode estimular o consumo de alimentos e abrir o apetite. Esse efeito estaria relacionado à sua capacidade de modular o sistema endocanabinoide — responsável por regular funções como fome, saciedade e metabolismo — promovendo, entre outros efeitos, o aumento da produção de grelina, o hormônio que desencadeia a sensação de fome.

Em quais situações o CBG pode ajudar a recuperar o apetite?

Apesar das limitações atuais, o interesse clínico e científico pelo CBG continua a crescer. Com base nas evidências preliminares, destacam-se algumas possíveis aplicações em que a estimulação do apetite pode representar um benefício relevante:

1. Pacientes com câncer

O câncer, bem como os tratamentos quimioterápicos, frequentemente causam perda de apetite. O uso de óleo de CBG, como terapia complementar, pode favorecer o aumento da fome e contribuir para uma nutrição mais adequada durante o tratamento oncológico.

2. Perda de apetite induzida por medicamentos

Medicamentos como antidepressivos, anticonvulsivantes e imunossupressores podem ter como efeito colateral a supressão do apetite. Sob orientação médica, o CBG pode atuar como coadjuvante para restaurar o apetite e melhorar a adesão ao plano alimentar.

3. Transtornos alimentares

Em casos de anorexia, bulimia e outros distúrbios alimentares, o CBG pode auxiliar, em conjunto com psicoterapia e acompanhamento multiprofissional, na recuperação da fome e no restabelecimento do estado nutricional.

4. Doenças crônicas e degenerativas

Condições como HIV/AIDS, doenças autoimunes ou infecções crônicas podem causar caquexia — uma perda severa de peso e massa muscular. O CBG pode ajudar como estimulante leve do apetite, promovendo melhora do estado nutricional e da qualidade de vida.

5. Idosos com perda de apetite

O envelhecimento pode vir acompanhado de uma redução natural do apetite, o que compromete a ingestão adequada de nutrientes. O CBG pode representar uma alternativa para estimular o interesse por alimentos e promover uma alimentação mais equilibrada nessa fase da vida.

Evidências científicas sobre o potencial orexígeno do CBG

Um estudo conduzido por pesquisadores britânicos, intitulado “Cannabigerol is a novel, well-tolerated appetite stimulant in pre-satiated rats”, demonstrou que o CBG aumentou significativamente a ingestão alimentar em ratos previamente saciados. Os animais iniciaram a alimentação mais rapidamente, com maior frequência das refeições, e sem apresentar efeitos colaterais neuromotores adversos.

Embora ainda não existam pesquisas específicas sobre o CBG em humanos, outros canabinoides vêm sendo amplamente estudados nesse contexto. Um exemplo é o estudo “Vapor Cannabis Exposure Promotes Genetic Plasticity in the Rat Hypothalamus”, publicado na revista Nature Scientific Reports, que analisou os efeitos da exposição ao vapor de cannabis em ratos. Os resultados mostraram um aumento na ingestão alimentar e alterações em genes associados ao controle do apetite no hipotálamo, sugerindo que os canabinoides afetam diretamente a regulação da fome por meio do sistema endocanabinoide.

Esses achados reforçam a hipótese de que o CBG, apesar de não psicoativo, possa compartilhar mecanismos semelhantes aos do THC no estímulo ao apetite — especialmente pela interação com vias hormonais como a da grelina.

No entanto, embora os resultados pré-clínicos sejam promissores, ainda são necessários estudos clínicos em humanos para confirmar a eficácia e a segurança do CBG como agente orexígeno (estimulante do apetite).

Considerações finais

O canabigerol desponta como uma alternativa promissora para o estímulo do apetite, especialmente em quadros clínicos em que a perda de peso impacta diretamente a saúde e a qualidade de vida.

Sua atuação sobre o sistema endocanabinoide e sua possível influência na produção de grelina apontam um caminho terapêutico relevante, com a vantagem de não provocar efeitos psicoativos, ao contrário do THC.

Contudo, é fundamental reforçar que, apesar dos resultados animadores em estudos pré-clínicos, ainda são necessários ensaios clínicos robustos em humanos para validar sua eficácia e segurança.

Até que tais evidências estejam consolidadas, o uso do CBG deve ser criterioso, com prescrição médica especializada e dentro das normas estabelecidas pela Anvisa.

Com o avanço da ciência e da regulamentação da cannabis medicinal no Brasil, é possível que o CBG ganhe cada vez mais espaço nas estratégias de cuidado integrativo, ampliando as opções terapêuticas para pacientes com dificuldades nutricionais ou perda de apetite crônica.

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