- Primeiro ensaio clínico duplo-cego e controlado por placebo sobre cannabis vaporizada no tratamento de enxaqueca, apresentado em congresso nos EUA.
- Envolveu 92 pacientes, avaliando combinações de THC (efeitos psicoativos) e CBD (modulador sem efeito psicoativo).
- A combinação THC + CBD mostrou maior eficácia que o placebo, reduzindo dor e sensibilidade à luz/sons já nas primeiras horas.
- Nos EUA, há abertura para esse tipo de pesquisa; no Brasil, uso medicinal é restrito a óleos, cápsulas e soluções, apontando desafios regulatórios para futuras aplicações.
Metodologia
A pesquisa envolveu 92 pacientes com enxaqueca moderada a grave, que receberam diferentes combinações de canabinoides para avaliação clínica. O foco esteve em dois compostos principais:
- THC, conhecido por seus efeitos psicoativos e também por possíveis reações adversas, como euforia, sonolência e lentidão mental;
- CBD, que não provoca alterações psicoativas e pode atuar equilibrando os efeitos do THC.
Resultados
Os achados foram expressivos. A associação entre THC e CBD mostrou-se mais eficaz do que o placebo, proporcionando alívio significativo da dor e redução da sensibilidade à luz e ao som — sintomas característicos da enxaqueca.
Importante destacar que os benefícios foram observados já nas primeiras horas após a administração, reforçando o potencial terapêutico da combinação.
Panorama regulatório
É importante ressaltar que este estudo foi realizado nos Estados Unidos, onde há maior flexibilidade regulatória para pesquisas clínicas com cannabis vaporizada. No Brasil, a legislação vigente não autoriza o uso de flores ou vaporização da planta para fins medicinais.
Atualmente, a Anvisa permite apenas a importação e a comercialização de produtos à base de cannabis em formas farmacêuticas específicas, como óleos, cápsulas e soluções orais, desde que devidamente regularizados.
Considerações finais
A investigação abre novas perspectivas para o tratamento da enxaqueca, apontando para alternativas além das terapias convencionais. Mais do que validar o potencial da cannabis medicinal, o estudo reforça a importância de integrar ciência, regulação e prática clínica em busca de soluções seguras e eficazes.
O debate sobre o tema permanece em expansão, e futuros avanços dependerão tanto da continuidade de pesquisas de qualidade quanto da evolução das políticas de saúde que possibilitem sua aplicação de forma responsável.

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