- O canabidiol se tornou popular entre atletas desde que foi retirado da lista de substâncias proibidas pela WADA em 2018. Essa mudança incentivou o uso por esportistas em busca de métodos naturais para recuperação e alívio de dores, com menos efeitos colaterais do que medicamentos tradicionais.
- Atua no sistema endocanabinoide, que regula funções como dor, inflamação, sono e humor. Ele não age diretamente nos receptores CB1 e CB2, mas ajuda a equilibrar a atividade do sistema, favorecendo o bem-estar e a homeostase, sem causar efeitos psicoativos.
- Embora AINEs como ibuprofeno sejam comuns no esporte, seu uso contínuo pode causar problemas gástricos, renais e cardiovasculares. O CBD oferece efeitos semelhantes no controle da dor e inflamação, mas com perfil de segurança superior, sendo uma opção mais saudável a longo prazo.
O que explica o aumento do uso de CBD no esporte
A Agência Mundial Antidopagem (WADA/AMA) é o órgão internacional responsável por liderar e coordenar a luta global contra o doping no esporte. Anualmente, a entidade pública a List of Prohibited Substances and Methods, válida para todas as federações que seguem o Código Mundial Antidopagem.
Essa lista padroniza regras, fiscaliza sua aplicação, investiga violações e promove a educação antidopagem — tudo com o objetivo de garantir competições justas, seguras e livres de substâncias proibidas.
Desde a retirada do CBD da lista, setembro de 2017, revisões sobre a prática esportiva vêm confirmando um “crescimento exponencial” no seu consumo entre atletas.
Esse aumento é impulsionado, sobretudo, pelo interesse crescente em estratégias naturais de recuperação física, aliado à maior permissividade regulatória que se estabeleceu a partir de 2018.
Como o CBD atua no organismo?
O sistema endocanabinoide (SEC) é uma rede de receptores distribuídos por todo o corpo — especialmente no cérebro, músculos, sistema imunológico e órgãos periféricos — responsável por manter o equilíbrio interno do organismo, conhecido como homeostase.
Esse sistema regula funções essenciais como dor, inflamação, sono, humor e resposta ao estresse.Entre os principais receptores do SEC estão:
- CB1: encontrado principalmente no sistema nervoso central, especialmente no cérebro;
- CB2: predominante nas células do sistema imunológico e em tecidos periféricos.
O CBD (canabidiol) modula a atividade dos receptores do sistema endocanabinoide de forma indireta, ajudando a equilibrar sua sinalização — o que favorece o controle da dor, inflamações e outros processos fisiológicos.
Outro efeito relevante está na sua influência sobre os endocanabinoides produzidos naturalmente pelo organismo, como a anandamida, conhecida como a “molécula da felicidade”.
O composto inibe a enzima responsável por degradar essa substância, prolongando sua ação no corpo. Isso contribui para o alívio da dor, melhora do humor e sensação geral de bem-estar.
Em resumo, o canabidiol fortalece os mecanismos naturais de autorregulação do organismo, sem causar efeitos psicoativos — o que o torna especialmente atrativo para uso terapêutico e esportivo.
Como o CBD pode auxiliar na regeneração muscular pós-treino
Durante treinos intensos, é comum que as fibras musculares sofram microlesões — pequenos danos que fazem parte do processo natural de adaptação e crescimento muscular.
No entanto, essas lesões desencadeiam uma resposta inflamatória no organismo, que, se for excessiva ou prolongada, pode atrasar a recuperação, gerar dores persistentes e aumentar o risco de lesões por sobrecarga.
É nesse contexto que o canabidiol (CBD) se destaca como um aliado promissor, graças às suas propriedades que favorecem a recuperação muscular de forma natural e segura:
- Efeito anti-inflamatório:
Estudos indicam que o CBD ajuda a reduzir a produção de citocinas pró-inflamatórias, como a interleucina-6 (IL-6) e o fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) — substâncias normalmente elevadas após exercícios físicos intensos.
Ao atenuar a liberação dessas moléculas, o CBD contribui para um ambiente inflamatório mais controlado, favorecendo a recuperação dos tecidos sem interferir nos processos fisiológicos de adaptação ao treino.
- Proteção contra o dano muscular:
Ao modular a inflamação local, o CBD protege as fibras musculares de agressões excessivas, promovendo uma regeneração mais eficiente.
Com isso, é possível encurtar o tempo de recuperação entre as sessões de treino e reduzir o risco de lesões relacionadas ao esforço repetitivo.
CBD x AINEs: uma nova abordagem para dor e recuperação
Os anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) — como ibuprofeno, diclofenaco e naproxeno — continuam sendo amplamente utilizados por atletas para aliviar dores musculares e minimizar inflamações após treinos intensos.
Embora eficazes, esses medicamentos apresentam riscos importantes quando usados com frequência ou por períodos prolongados, tais como:
- Irritação gástrica e úlceras
- Comprometimento da função renal
- Aumento do risco de eventos cardiovasculares
- Possível sobrecarga hepática
CBD como alternativa mais segura
O canabidiol (CBD) tem demonstrado efeitos analgésicos e anti-inflamatórios comparáveis aos dos AINEs, porém com um perfil de segurança mais favorável, quando utilizado de forma adequada e sob orientação profissional.
Por ser uma substância de origem natural, bem tolerada pelo organismo e com baixo risco de toxicidade gástrica, renal ou cardiovascular, o CBD desponta como uma opção promissora para atletas que precisam controlar dores e inflamações de maneira recorrente, sem comprometer a saúde a longo prazo.
Além de aliviar os sintomas com menos efeitos adversos, o uso do CBD pode reduzir a necessidade de medicamentos convencionais, contribuindo para a longevidade esportiva.
A importância da pureza do CBD
Embora o CBD tenha sido oficialmente retirado da lista de substâncias proibidas pela Agência Mundial Antidoping (WADA) desde 2018, o THC (tetrahidrocanabinol) — principal componente psicoativo da Cannabis sativa — permanece proibido em competições esportivas.
Isso exige atenção redobrada por parte dos atletas, já que muitos produtos à base de CBD disponíveis no mercado — especialmente os de origem artesanal ou sem controle rigoroso de qualidade — podem conter traços residuais de THC.
Essa contaminação cruzada pode ocorrer, por exemplo, durante o processo de extração ou por falhas na purificação do extrato.
Mesmo pequenas concentrações de THC, abaixo dos limites terapêuticos, podem ser detectadas em exames antidoping e representar um risco significativo à carreira esportiva, levando à desclassificação ou sanções disciplinares.
Por isso, é essencial:
- Utilizar apenas produtos certificados, com laudos laboratoriais que comprovem a ausência de THC ou que indiquem concentração inferior ao limite permitido pela WADA;
- Optar por CBD isolado (isolado puro) ou extratos de amplo espectro sem THC, evitando produtos rotulados como "full spectrum" sem garantias claras;
- Adquirir produtos apenas de laboratórios confiáveis e com registro sanitário, sempre com orientação de um profissional de saúde.
A segurança no uso do CBD por atletas depende diretamente da qualidade do produto consumido. A escolha errada pode comprometer não apenas o desempenho esportivo, mas também a reputação e a integridade profissional do atleta.
Considerações finais
O canabidiol (CBD) vem se consolidando como uma alternativa segura e eficaz no universo esportivo. Ao atuar de forma integrada com o sistema endocanabinoide, favorece a regeneração tecidual, reduz o tempo de recuperação e contribui para o equilíbrio fisiológico do organismo — sem os efeitos colaterais comuns aos anti-inflamatórios tradicionais.
Além dos benefícios musculares, o CBD também demonstra potencial para melhorar a qualidade do sono, reduzir a ansiedade pré-competição e promover o bem-estar geral — aspectos essenciais para o alto desempenho atlético e a longevidade esportiva.
No entanto, o uso do CBD por atletas exige cautela e responsabilidade, principalmente em relação à qualidade e pureza dos produtos.
Em um cenário cada vez mais voltado para estratégias naturais e bem toleradas, o CBD se apresenta como um recurso promissor e inteligente, capaz de integrar os cuidados com o corpo, otimizar o rendimento físico e preservar a saúde a longo prazo.

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