- Carolina Arruda, 28 anos, sofre de neuralgia do trigêmeo bilateral — condição extremamente rara e conhecida como a “pior dor do mundo”.
- Após tratamentos convencionais sem sucesso, obteve liminar inédita que autoriza o cultivo de Cannabis medicinal em casa para controle da dor.
- O caso destaca a urgência de ampliar o acesso à cannabis medicinal no Brasil e simboliza esperança para milhares de pacientes em sofrimento semelhante.
O que é a neuralgia do trigêmeo?
A neuralgia do trigêmeo afeta o nervo responsável pela sensibilidade do rosto e provoca crises de dor súbita, intensa e incapacitante. Segundo a Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED), a doença atinge cerca de 4,3 pessoas a cada 100 mil habitantes.
Na maioria dos casos, o problema decorre de um conflito vascular: uma artéria malformada pressiona o nervo, desgastando sua proteção e gerando descargas dolorosas. Em geral, apenas um lado do rosto é afetado. Porém, o caso de Carolina é ainda mais raro e devastador: ela sofre de neuralgia bilateral, atingindo os dois lados da face e todos os ramos do nervo trigêmeo.
“É um quadro muito difícil e extremamente doloroso”, explica o médico especialista em dor Carlos Marcelo de Barros, presidente da SBED, ao destacar a raridade e a gravidade da condição.
A batalha judicial
A decisão favorável é resultado de meses de mobilização. Carolina, sua médica e o advogado que a representa reuniram laudos comprovando a ineficácia dos tratamentos tradicionais e o potencial terapêutico da cannabis medicinal no controle da dor.
Embora a liminar seja apenas um passo inicial e ainda possa ser revista em instâncias superiores, ela já simboliza uma grande conquista.
Em um cenário em que o cultivo de Cannabis segue criminalizado no Brasil, a Justiça tem se tornado a única saída para pacientes em condições extremas, por meio de habeas corpus preventivos que garantem o direito de plantar e utilizar a planta sem risco de punições penais.
Mais do que um caso individual
Para Carolina, a decisão não significa o fim da luta, mas o início de uma nova fase com esperança de qualidade de vida. Seu caso também reforça um debate cada vez mais urgente: a necessidade de ampliar o acesso à cannabis medicinal no país e reduzir a dependência de processos judiciais para que pacientes em sofrimento extremo consigam algum alívio.
A vitória dessa jovem não apenas dá voz a milhares de brasileiros que vivem em condições semelhantes, mas também mostra como a Justiça vem ocupando um espaço decisivo na defesa da dignidade e do direito à saúde.

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