- A liga retirou o THC da lista de substâncias proibidas em 2023, após três anos de suspensão dos testes durante a pandemia, priorizando saúde mental e autonomia dos atletas.
- Ao contrário da NBA, a WNBA mantém regras rígidas contra o THC, com testes antidoping e punições em caso de resultado positivo.
- O CBD é permitido desde 2018, mas o THC segue proibido; até traços mínimos podem gerar punições severas, como suspensão ou perda de medalhas.
- O debate sobre cannabis no esporte está em transformação, equilibrando desempenho, saúde mental e bem-estar dos atletas, com diferentes ligas adotando posturas distintas.
Como a NBA flexibilizou o uso de THC
Nos últimos anos, a NBA passou por uma transformação importante quando o assunto é cannabis. O que antes era motivo de punição passou a ser tratado com mais maturidade, considerando o bem-estar dos atletas e os avanços científicos.
Em 2020, durante a pandemia de COVID-19, a liga criou a famosa “bolha da Disney” para concluir a temporada em segurança. Nesse período, os testes antidoping para THC – principal componente psicoativo da cannabis – foram suspensos. A decisão não foi apenas prática, mas também humana: os jogadores estavam isolados, longe das famílias e sob enorme pressão psicológica.
O que parecia uma medida emergencial acabou se estendendo. Entre 2020 e 2023, a suspensão foi renovada por três temporadas consecutivas. A experiência mostrou que não houve aumento de problemas disciplinares nem queda no desempenho esportivo. Pelo contrário, serviu como um teste real para repensar a proibição.
Em abril de 2023, a mudança se tornou definitiva. A NBA assinou um novo acordo coletivo de trabalho, válido por sete anos, que retirou o THC da lista de substâncias proibidas. Desde então, os jogadores não estão mais sujeitos a testes antidoping aleatórios para a cannabis. Apenas em casos de indícios de uso durante atividades oficiais pode haver avaliação médica, com encaminhamento para tratamento, se necessário.
Essa abertura representa uma visão mais moderna, que reconhece a importância da saúde mental e da autonomia dos jogadores.
Enquanto isso, a WNBA segue em uma linha mais rígida. O THC permanece proibido, com testes antidoping regulares e penalidades em caso de resultado positivo.
Por outro lado, o CBD já é permitido desde 2018 pela Agência Mundial Antidoping (WADA), o que abriu espaço para algumas oportunidades no universo feminino do basquete.
Cannabis no esporte brasileiro
No Brasil, a cannabis ainda é tratada de forma restritiva no esporte. A Agência Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) segue as diretrizes da WADA (Agência Mundial Antidoping), o que significa:
- CBD (canabidiol): não é proibido desde 2018. Assim como em outros países, atletas brasileiros podem usar produtos à base de CBD, desde que não haja traços de THC.
- THC (tetraidrocanabinol): continua na lista de substâncias proibidas. Se um atleta for flagrado com THC em exame antidoping, pode sofrer punições severas — que vão de suspensão à perda de medalhas.
Essa diferença cria um cenário desafiador. Apesar de a Anvisa já permitir a importação e a fabricação de produtos medicinais à base de cannabis (regulamentados pela RDC 327/2019 e normas posteriores), os atletas precisam redobrar a atenção. Um óleo de CBD com mínimos vestígios de THC pode resultar em doping.
Considerações finais
As mudanças recentes mostram que a relação entre cannabis e esporte está em plena transformação. A flexibilização na NBA abre caminho para discussões mais amplas, enquanto a WNBA e o Brasil ainda mantêm posturas conservadoras. O que está em jogo não é apenas o desempenho esportivo, mas também a valorização da saúde mental, do bem-estar e da autonomia dos atletas. O debate está apenas começando — e seu desfecho pode redefinir o futuro do esporte.

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