- Os canabinoides THC e CBD influenciam as respostas de defesa do corpo, podendo tanto estimular quanto suprimir o sistema imunológico, dependendo da dose e do estado de saúde.
- O sistema imunológico atua como barreira contra agentes infecciosos e participa da regeneração de tecidos, sendo essencial para manter o equilíbrio e a defesa do organismo.
- O CBD tem ação anti-inflamatória e reguladora, com potencial terapêutico em doenças autoimunes. Já o THC pode reduzir a resposta imune, exigindo cautela em pacientes com imunidade comprometida.
- A combinação de cannabis com tratamentos imunoterápicos ainda é controversa, pois pode afetar sua eficácia. O uso deve ser feito sempre com acompanhamento médico especializado.
O que é o sistema imunológico e qual é a sua função?
O sistema imunológico é a principal linha de defesa do corpo humano. Ele é formado por um conjunto de órgãos, células (como os glóbulos brancos), proteínas e substâncias químicas que trabalham em conjunto para proteger o organismo contra agentes que causam doenças.
Sua função é identificar e eliminar invasores, como bactérias, vírus, fungos e parasitas, além de reconhecer e destruir células anormais, como as cancerígenas. Além disso, o sistema imunológico participa diretamente do processo de cura, auxiliando na recuperação de infecções e na regeneração de tecidos após lesões.
Efeitos da cannabis sobre o sistema imunológico
A cannabis interage com o sistema imunológico de forma complexa e multifacetada, agindo como um agente imunomodulador — capaz de equilibrar ou alterar a resposta de defesa do corpo.
Dependendo da dose, da frequência de uso e do estado de saúde da pessoa, seus compostos podem estimular ou suprimir a atividade imune. Essa dualidade explica por que a cannabis pode beneficiar doenças inflamatórias e, ao mesmo tempo, exigir cautela em casos de imunossupressão.
Os principais compostos ativos, o THC (tetra-hidrocanabinol) e o CBD (canabidiol), atuam sobre os receptores canabinoides CB1 e CB2, presentes em várias partes do corpo, inclusive nas células de defesa. Essa interação influencia diretamente a forma como o sistema imunológico reage a infecções, inflamações e outros estímulos.
Pesquisas apontam que o CBD tem forte potencial anti-inflamatório e regulador da resposta imune, sendo investigado em doenças como artrite reumatoide, esclerose múltipla e lúpus. Ele ajuda a reduzir inflamações e a restaurar o equilíbrio de um sistema imunológico hiperativo.
Já o THC apresenta um efeito imunossupressor mais pronunciado, podendo diminuir a capacidade do organismo de reagir a infecções. Por isso, o uso de produtos com THC requer cautela em pessoas com imunidade comprometida, como pacientes com HIV, câncer, em tratamento imunossupressor ou transplantados, sempre com orientação médica.
Uso de cannabis em tratamentos com imunoterapia
O interesse pelo uso da cannabis em pacientes submetidos à imunoterapia — tratamento que estimula o sistema imune a combater o câncer — tem crescido nos últimos anos. Contudo, ainda não há consenso científico sobre a segurança dessa combinação.
Pesquisas recentes sugerem que os canabinoides podem interferir na ação dos medicamentos imunoterápicos, reduzindo sua eficácia em alguns casos. Isso ocorre porque o efeito anti-inflamatório e imunossupressor de certos compostos pode atenuar a resposta imune que a imunoterapia tenta ativar.
Por essa razão, especialistas recomendam que pacientes em tratamento oncológico usem produtos à base de cannabis apenas com acompanhamento médico especializado, garantindo a segurança e a eficácia do tratamento principal.
Considerações finais
A interação entre a cannabis e o sistema imunológico é um tema complexo e ainda em constante investigação. Os efeitos dos canabinoides variam conforme o composto, a dose e o estado de saúde de cada pessoa, podendo trazer benefícios importantes, mas também demandando cautela.
Enquanto o CBD se destaca pelo potencial anti-inflamatório e regulador da resposta imune, o THC exige atenção especial por seu efeito imunossupressor. Por isso, o uso de produtos à base de cannabis deve sempre ocorrer sob orientação médica, especialmente em pacientes com imunidade fragilizada ou em tratamento contra o câncer.
A ciência continua avançando nesse campo, e cada nova descoberta contribui para o uso mais seguro e eficaz da cannabis medicinal, ampliando as possibilidades terapêuticas de forma responsável e consciente.

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