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12/06/2025
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CBD e saúde da pele: como a cannabis medicinal está transformando a dermatologia

Entre 2022 e 2023, o número de pacientes em tratamento com medicamentos à base de canabidiol (CBD) cresceu 130%, alcançando a marca de 430 mil usuários, segundo dados do 2º Anuário da Cannabis Medicinal no Brasil 2023.

Esse aumento expressivo reflete uma mudança de paradigma: cada vez mais pessoas — e profissionais da saúde — reconhecem o potencial terapêutico da cannabis, especialmente em áreas que antes dependiam quase exclusivamente de tratamentos convencionais.

Uma dessas áreas é a dermatologia, onde o uso do CBD tem se destacado por seus efeitos anti-inflamatórios, analgésicos, antioxidantes e cicatrizantes.

Close-up de uma mulher de pele saudável aplicando um sérum com canabidiol (CBD) na região abaixo dos olhos.
  • Entre 2022 e 2023, o número de pacientes que usam medicamentos à base de canabidiol (CBD) aumentou 130%, atingindo 430 mil usuários. Esse crescimento reflete maior aceitação da cannabis medicinal entre pacientes e profissionais da saúde.
  • A dermatologia é uma das áreas em que o CBD tem se destacado, graças às suas propriedades anti-inflamatórias, analgésicas, antioxidantes e cicatrizantes. Ele é usado principalmente de forma tópica, com foco no tratamento de inflamações e desequilíbrios da pele.
  • Embora 91% dos dermatologistas apoiem o uso medicinal da cannabis, apenas cerca de 14% já prescreveram. As principais barreiras são o desconhecimento técnico e a falta de experiência prática. A aplicação tópica é a mais comum.
  • O CBD está reformulando a dermatologia moderna como uma alternativa segura e eficaz aos tratamentos tradicionais. À medida que cresce a base científica e cai o estigma, aumenta também o potencial para terapias mais naturais e personalizadas.

O que é cannabis medicinal?

A cannabis medicinal refere-se ao uso terapêutico da planta Cannabis sativa no tratamento de diversas condições de saúde.

Essa planta contém compostos naturais chamados canabinoides, entre os quais se destacam o THC (tetraidrocanabinol) e o CBD (canabidiol), ambos com potencial medicinal comprovado.

Esses compostos interagem com o chamado sistema endocanabinoide — uma rede de receptores presente no corpo humano que atua na regulação de funções essenciais como o humor, sono, dor, apetite e resposta imunológica.

Como o CBD age na pele

Quando aplicado diretamente na pele, o canabidiol (CBD) interage com o sistema endocanabinoide cutâneo — uma rede de receptores (CB1 e CB2) presentes nas células da epiderme, derme e anexos cutâneos, como glândulas sebáceas e folículos pilosos.

Essa interação desencadeia uma série de respostas biológicas naturais no organismo, promovendo equilíbrio e alívio de sintomas dermatológicos. Por isso, o CBD tem se mostrado eficaz no cuidado com condições como acne, eczema, psoríase, dermatite seborreica, queimaduras, coceiras e feridas crônicas.

Principais benefícios do CBD para a saúde da pele

Entre os principais benefícios observados, destacam-se:

1. Propriedades anti-inflamatórias

O CBD é eficaz no tratamento de condições inflamatórias da pele, como acne, psoríase e dermatite atópica, nas quais a inflamação desempenha um papel central nos sintomas. Ele atua reduzindo a produção de citocinas inflamatórias, ajudando a aliviar a vermelhidão, o inchaço e a dor. Com isso, promove não apenas uma melhora na aparência da pele, mas também alívio significativo para os pacientes.

Esse potencial foi reforçado por um estudo publicado no European Journal of Pain, que avaliou a aplicação tópica de CBD em um modelo animal de artrite. Os resultados mostraram uma redução expressiva da inflamação e da dor, fortalecendo a evidência de que o CBD pode atuar como um agente anti-inflamatório e analgésico eficaz (Hammell et al., 2016).

2. Propriedades antioxidantes

O canabidiol combate o estresse oxidativo causado por radicais livres — um dos principais responsáveis pelo envelhecimento precoce da pele e pelo agravamento de doenças como eczema e rosácea. Ao neutralizar esses radicais, o CBD ajuda a proteger a pele contra agressões ambientais, como a poluição e a radiação UV, promovendo uma aparência mais jovem e saudável.

3. Propriedades analgésicas

O efeito analgésico do CBD também merece destaque, sendo especialmente benéfico para quem sofre com queimaduras, erupções cutâneas ou feridas dolorosas. Ao reduzir a dor, o canabidiol torna o tratamento mais confortável e melhora a qualidade de vida dos pacientes.

4. Regulação da produção de sebo

O CBD demonstra capacidade de equilibrar a produção de sebo pelas glândulas sebáceas, sendo um aliado importante no tratamento da acne. Ao prevenir o excesso de oleosidade, contribui para reduzir a formação de cravos e espinhas, favorecendo uma pele mais clara e equilibrada.

Essa ação foi evidenciada em um estudo publicado no Journal of Clinical Investigation, que demonstrou que o CBD possui potentes propriedades anti-inflamatórias e inibe a produção de sebo em sebócitos humanos. Os pesquisadores concluíram que o canabidiol é uma opção promissora para o tratamento da acne inflamatória (Oláh et al., 2014).

5. Aceleração da cicatrização de feridas

Estudos indicam que o CBD pode acelerar o processo de cicatrização, graças à combinação de suas propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes e regenerativas. Isso o torna uma opção promissora no tratamento de feridas crônicas e lesões cutâneas diversas.

Um estudo publicado na revista Biochimica et Biophysica Acta – Molecular Basis of Disease demonstrou que o CBD, ao ativar os receptores canabinoides do tipo CB2, protege os queratinócitos — células fundamentais da epiderme — contra estresse oxidativo e inflamação, fatores que prejudicam a regeneração da pele. Os resultados apontam que o CBD favorece a cicatrização tecidual, reforçando seu potencial terapêutico em danos cutâneos complexos (Giacoppo et al., 2015).

6. Hidratação e fortalecimento da barreira cutânea

Por fim, o canabidiol contribui para melhorar a hidratação da pele e reforçar a barreira cutânea, que é essencial para a proteção contra agentes externos. Ao ajudar na retenção da umidade e na reparação da barreira danificada, o CBD mantém a pele mais saudável, hidratada e protegida.

Doenças de pele que podem ser tratadas com cannabis medicinal

O uso da cannabis medicinal no tratamento de doenças de pele é um campo em crescimento, com pesquisas promissoras apontando para seus benefícios em diversas condições dermatológicas.

Embora muitos resultados ainda estejam em fase experimental, os canabinoides, como o CBD e o THC, têm demonstrado potencial terapêutico no alívio de sintomas e na melhoria da qualidade de vida de pacientes com doenças cutâneas.

Confira a seguir algumas das doenças de pele que estão sendo estudadas quanto ao uso terapêutico da cannabis:

  • Psoríase
  • Eczema (Dermatite Atópica)
  • Acne
  • Dermatite seborreica
  • Queimaduras e cicatrização
  • Prurido crônico

Práticas prescritivas de cannabis na dermatologia

Uma pesquisa norte-americana realizada com 145 dermatologistas investigou as práticas clínicas relacionadas à prescrição de cannabis medicinal na dermatologia, por meio de um questionário com 24 perguntas.

Os resultados mostraram que:

  • 91% dos profissionais apoiam o uso medicinal da cannabis;
  • 13,8% já recomendaram cannabis para alguma condição dermatológica, com destaque para: Dermatite atópica (45%) e Psoríase (40%).

A via de administração mais comum foi a tópica (75%), aplicada diretamente sobre as áreas afetadas da pele.

Entre os principais motivos relatados para não prescrever produtos à base de cannabis, destacam-se:

  • Conhecimento limitado sobre o tema (56%);
  • Falta de experiência prática com a prescrição (48%).

Esses dados reforçam a necessidade urgente de educação médica qualificada na área, a fim de ampliar o conhecimento técnico e permitir a incorporação segura e eficaz desse recurso terapêutico na prática dermatológica.

Embora o tamanho da amostra seja restrito, os achados indicam uma tendência promissora no uso da cannabis medicinal para doenças inflamatórias da pele, especialmente em quadros cutâneo-pruriginosos como psoríase e dermatite atópica.

Qual é a dosagem ideal de CBD para doenças de pele?

Não existe uma dosagem única e padronizada para o uso de canabidiol em doenças de pele. A dose ideal pode variar de pessoa para pessoa, pois depende de diversos fatores, como:

  • Tipo e gravidade da condição dermatológica, como acne leve, eczema moderado ou psoríase avançada;
  • Área afetada e a extensão da lesão na pele;
  • Forma de aplicação, seja por via tópica (cremes, pomadas, loções) ou oral (óleos, cápsulas);
  • Concentração do produto, por exemplo, cremes com 100 mg, 300 mg ou 500 mg de CBD;
  • Sensibilidade individual e características próprias do organismo;
  • Composição da fórmula, considerando a presença de outros ingredientes ativos que podem potencializar ou alterar os efeitos.

Recomenda-se iniciar com uma concentração mais baixa de CBD e observar a resposta da pele durante alguns dias. Caso não haja melhora significativa ou os sintomas persistam, pode-se aumentar gradualmente a concentração do produto, sempre com atenção à tolerância individual.

No entanto, é fundamental lembrar: o uso do CBD deve ser feito com responsabilidade e orientação profissional. Observar a resposta do organismo, respeitar as particularidades de cada pele e optar por produtos seguros e de qualidade são passos essenciais para garantir eficácia e segurança no tratamento.

Considerações finais

A cannabis, antes envolta em estigmas e preconceitos, vem sendo redescoberta como uma ferramenta terapêutica eficaz, marcando uma profunda mudança de paradigma na medicina moderna.

Cada vez mais, laboratórios, profissionais da saúde e pacientes estão adotando soluções à base de cannabis, reconfigurando a prática clínica e redesenhando o futuro da dermatologia.

O uso do canabidiol (CBD), em particular, tem crescido de forma gradual e consistente, sustentado por estudos científicos, avanços regulatórios e experiências clínicas positivas.

Diferente de tratamentos convencionais com corticoides ou imunossupressores, o CBD oferece benefícios reais com menor risco de efeitos colaterais, consolidando-se como uma alternativa promissora e, muitas vezes, subestimada.

À medida que a ciência avança e os preconceitos cedem espaço à informação, cresce também a esperança de um futuro com tratamentos mais naturais, personalizados e acessíveis. A pele agradece — e a medicina evolui.

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