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10/07/2025
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9 min de leitura

Neuropatia diabética: como o CBD pode ajudar no controle da dor

A neuropatia diabética é uma das complicações mais comuns do diabetes tipo 2, afetando entre 30% e 50% dos pacientes ao longo do tempo, segundo estudos clínicos. No Brasil, estima-se que cerca de 13 milhões de pessoas convivem com o diabetes, representando mais de 6,5% da população, de acordo com dados do Vigitel e da Sociedade Brasileira de Diabetes.

Essa condição provoca a degeneração progressiva dos nervos periféricos, principalmente nas mãos e pés, gerando sintomas como formigamento, dormência, dor persistente, perda de sensibilidade e, em casos mais graves, fraqueza muscular e feridas de difícil cicatrização.

Nos últimos anos, além das abordagens tradicionais, um composto natural extraído da planta Cannabis sativa tem ganhado espaço nas pesquisas e no uso clínico: o canabidiol (CBD). Por atuar em diversos sistemas do corpo, especialmente no controle da dor e da inflamação, o CBD vem sendo estudado como uma alternativa segura e eficaz para o alívio da dor neuropática, comum em pacientes com neuropatia diabética.

Mulher adulta com expressão concentrada aplica insulina no braço utilizando uma caneta injetora, em ambiente doméstico.
  • A neuropatia diabética é uma complicação comum do diabetes tipo 2, afetando até metade dos pacientes e causando degeneração progressiva dos nervos periféricos.
  • Os sintomas inclui dormência, dor persistente, formigamento e perda de sensibilidade, especialmente nos pés e mãos, afetando a qualidade de vida.
  • Medicamentos tradicionais, como opioides e anticonvulsivantes, oferecem alívio parcial, mas trazem efeitos colaterais e risco de dependência.
  • O CBD reduz a dor de forma integrada e com menos efeitos colaterais, sem causar dependência ou tolerância significativa.

O que é neuropatia?

A neuropatia é uma condição caracterizada pela disfunção dos nervos periféricos, que são responsáveis por transmitir informações entre o cérebro, a medula espinhal e o restante do corpo.

O que é neuropatia?

Esses nervos desempenham funções essenciais, como:

  • Controlar os movimentos musculares (motricidade);
  • Perceber sensações como dor, calor, frio, pressão e equilíbrio (sensibilidade).

Entenda a neuropatia diabética

A neuropatia diabética é uma complicação comum do diabetes mellitus, especialmente quando a doença não é bem controlada por longos períodos.

Ela ocorre quando os altos níveis de glicose no sangue (hiperglicemia crônica) danificam os nervos periféricos, comprometendo a capacidade do organismo de transmitir sinais entre o cérebro, a medula espinhal e outras partes do corpo.

Com o tempo, o excesso de açúcar no sangue:

  • Afeta os vasos sanguíneos que nutrem os nervos, reduzindo o suprimento de oxigênio e nutrientes;
  • Diminui a eficiência da condução elétrica dos nervos, levando à degeneração progressiva das fibras nervosas.

Quais os sintomas mais comuns da neuropatia diabética?

Os sintomas mais comuns incluem:

  • Dormência e formigamento, principalmente nos pés e mãos;
  • Dor em queimação, pontadas ou choques;
  • Cãibras frequentes e desconforto muscular;
  • Perda de força nos membros afetados;
  • Alterações na coordenação e no equilíbrio, com maior risco de quedas;
  • Feridas nos pés que demoram a cicatrizar, devido à perda de sensibilidade local;
  • Sensação de “estar pisando em algodão” ou dificuldade em perceber o chão.

Esses sintomas geralmente se intensificam à noite, prejudicando o sono e a qualidade de vida. Se não tratados, podem evoluir para quadros mais graves e incapacitantes, como infecções e úlceras nos pés, que podem levar a amputações.

Entre todas as manifestações, a dor costuma ser a que mais compromete a qualidade de vida — sendo, inclusive, o principal motivo que leva os pacientes a buscar ajuda médica.

O que é o sistema endocanabinoide (SEC)?

O sistema endocanabinoide (SEC) é uma complexa rede de sinalização presente em praticamente todo o corpo humano — com forte atuação no cérebro, medula espinhal, nervos periféricos, sistema imunológico e diversos órgãos.

Sua principal função é manter o equilíbrio interno do organismo, conhecido como homeostase, regulando diversos processos fisiológicos e emocionais.

Ele é composto por três elementos principais:

1.Endocanabinoides: Moléculas produzidas naturalmente pelo corpo, como anandamida e 2-AG, que atuam como mensageiros químicos;

2.Receptores canabinoides: Estruturas celulares que recebem os sinais dos endocanabinoides. Os principais são:

  • CB1, encontrado principalmente no sistema nervoso central;
  • CB2, predominante no sistema imunológico e tecidos periféricos;

3.Enzimas: Responsáveis por sintetizar e degradar os endocanabinoides, controlando sua ação e duração no organismo.

O SEC participa da regulação de diversas funções vitais, como:

  • Percepção da dor
  • Resposta inflamatória
  • Humor e controle do estresse
  • Qualidade do sono
  • Apetite e metabolismo

A atuação do sistema endocanabinoide no controle da dor

O sistema endocanabinoide (SEC) exerce influência direta sobre a percepção e modulação da dor, sendo considerado um dos principais sistemas envolvidos no controle fisiológico da dor — tanto aguda quanto crônica.

  1. Regulação da percepção da dorO SEC atua diretamente nas vias neurais da dor, modulando a intensidade dos sinais que são enviados ao cérebro. Quando está equilibrado, pode reduzir a sensibilidade à dor e evitar reações exageradas a estímulos dolorosos.
  2. Controle da inflamaçãoA dor crônica está frequentemente relacionada a processos inflamatórios persistentes. O sistema endocanabinoide contribui para a regulação dessa resposta inflamatória, ajudando a controlar o excesso de inflamação e, com isso, reduzir a dor associada.
  3. Influência emocional e comportamentalA dor não é apenas física — ela está fortemente ligada a emoções como ansiedade, estresse e depressão. O SEC também atua nessas áreas, contribuindo para um maior controle emocional, o que pode diminuir a percepção e o sofrimento causados pela dor.

Por que o CBD pode ajudar na dor neuropática

O canabidiol (CBD) é uma substância natural que atua de forma inteligente no organismo. Ele não se liga diretamente aos principais receptores do sistema endocanabinoide, mas ajuda o próprio corpo a usar melhor os canabinoides que ele já produz naturalmente — fortalecendo os mecanismos internos que regulam dor, inflamação e equilíbrio emocional.

Além disso, o CBD também interage com outros pontos do corpo que estão ligados à dor, como:

  • Receptor TRPV1, que está relacionado à sensação de dor, inflamação e temperatura corporal;
  • Receptores da serotonina (5-HT1A), que influenciam o humor, a ansiedade e o estresse — fatores que podem piorar a percepção da dor.

Essa ação combinada faz com que o CBD ajude a reduzir a dor de forma mais equilibrada, especialmente em casos de dor neuropática (aquela causada por lesões nos nervos), que costuma ser difícil de tratar com remédios convencionais.

Ou seja, o CBD não “desliga” a dor como um analgésico comum, mas ajuda o corpo a se autorregular, promovendo alívio com menos efeitos colaterais.

Limitações das abordagens terapêuticas convencionais no tratamento da dor neuropática

O tratamento da dor neuropática, especialmente em casos como a neuropatia diabética, geralmente envolve uma combinação de medicamentos, mudanças no estilo de vida e terapias complementares.

No entanto, apesar de amplamente utilizados, os métodos convencionais apresentam diversas limitações, principalmente em quadros crônicos e de difícil controle.

Entre os medicamentos comumente prescritos estão:

  • Antidepressivos
  • Anticonvulsivantes
  • Analgésicos comuns
  • Opioides

Embora possam oferecer alívio, esses medicamentos estão frequentemente associados a efeitos colaterais indesejados, como sonolência, tontura, ganho de peso, alterações cognitivas e problemas gastrointestinais.

No caso dos opioides, apesar de eficazes para a dor intensa, seu uso prolongado pode levar à dependência física e psicológica, o que limita sua segurança e aplicação em longo prazo.

Além disso, alguns pacientes desenvolvem tolerância, o que significa que precisam de doses cada vez maiores para obter o mesmo efeito — aumentando ainda mais o risco de efeitos adversos graves.

Outro ponto crítico é que os tratamentos convencionais costumam focar apenas no alívio físico da dor, deixando de lado os aspectos emocionais e comportamentais que acompanham a dor crônica.

Ansiedade, estresse e distúrbios do sono são queixas comuns em pessoas com dor neuropática, mas nem sempre são adequadamente tratados pelos medicamentos tradicionais. Essa lacuna no cuidado compromete não apenas o controle da dor, mas também a qualidade de vida e o processo de recuperação integral do paciente.

Por que considerar o CBD na dor neuropática?

Grande parte dos tratamentos tradicionais para dor neuropática foca apenas no alívio dos sintomas, sem abordar as causas subjacentes, como a inflamação crônica, a hiperatividade dos nervos ou os distúrbios emocionais que acompanham a dor persistente.

O canabidiol (CBD), por sua vez, apresenta um perfil terapêutico mais abrangente. Ele atua em múltimos sistemas do organismo, modulando não apenas a percepção da dor, mas também os processos inflamatórios, a atividade dos neurônios, o humor, o sono e a resposta ao estresse.

Entre as principais vantagens do CBD em comparação aos medicamentos tradicionais, destacam-se:

  • Abordagem mais ampla e integrativa, tratando tanto sintomas físicos quanto emocionais;
  • Menor risco de efeitos colaterais graves, como dependência ou tolerância, comum em opioides;
  • Melhor tolerabilidade em uso contínuo, especialmente em pacientes com dor crônica;
  • Potencial para melhorar a qualidade de vida ao atuar também sobre o sono e o equilíbrio emocional.

Como o CBD ajuda no cotidiano de quem convive com neuropatia

Para quem enfrenta os desafios da neuropatia, o canabidiol (CBD) tem se mostrado uma alternativa promissora, oferecendo alívio dos sintomas de forma mais equilibrada e com menos efeitos colaterais do que os tratamentos convencionais.

A seguir, os principais benefícios relatados por quem faz uso terapêutico dessa substância:

1. Alívio da dor crônica

O CBD pode ajudar a reduzir a intensidade e frequência das dores neuropáticas — muitas vezes descritas como queimação, pontadas ou choques — ao modular a atividade dos nervos e dos receptores envolvidos na dor.

2. Ação anti-inflamatória

Essa molécula possui propriedades que ajudam a controlar a inflamação dos tecidos nervosos, atuando diretamente em uma das principais causas da dor em quadros de neuropatia.

3. Redução da ansiedade e estresse

A dor constante costuma afetar o equilíbrio emocional. O CBD tem efeito calmante, o que contribui para a redução da ansiedade e do estresse, favorecendo uma vivência mais estável e menos reativa à dor.

4. Melhora do sono

Por atenuar tanto o desconforto físico quanto os sintomas emocionais, o CBD pode melhorar a qualidade do sono — algo essencial para a regeneração do corpo e a estabilidade do sistema nervoso.

5. Alívio de tensões musculares

Muitos pacientes com neuropatia periférica relatam cãibras e rigidez muscular. O CBD pode ajudar a relaxar a musculatura e reduzir esse tipo de desconforto.

6. Uso seguro a longo prazo

Diferente de medicamentos como os opioides, o canabidiol não provoca dependência, nem tolerância significativa, sendo considerado seguro para o uso contínuo sob orientação profissional.

Ao colaborar com diversos sistemas do corpo, o CBD ajuda a reduzir a sensibilidade à dor, melhora o bem-estar emocional e contribui para interromper o ciclo dor-estresse-insônia, tão comum em quem convive com dor neuropática.

Considerações finais

A neuropatia diabética representa um grande desafio para pacientes e profissionais de saúde, especialmente quando acompanhada de dor crônica de difícil controle.

Nesse cenário, o canabidiol (CBD) surge como uma alternativa terapêutica promissora, atuando de forma abrangente sobre os sistemas que regulam a dor, a inflamação, o sono e o equilíbrio emocional.

Embora não substitua os tratamentos convencionais, o CBD pode ser um importante aliado complementar, contribuindo para a melhora da qualidade de vida de quem convive com a dor neuropática.

Apesar de seu potencial terapêutico promissor, o uso do CBD deve sempre ser feito com acompanhamento profissional, garantindo segurança, eficácia e integração com os demais aspectos do plano de cuidado.

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