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18/10/2025
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Quais doenças podem ser tratadas com o Canabidiol

O canabidiol (CBD) é um dos principais compostos presentes na Cannabis sativa e tem ganhado destaque na comunidade científica por seu amplo potencial terapêutico. Trata-se de uma substância não psicoativa, reconhecida por exercer efeitos anticonvulsivantes, ansiolíticos, anti-inflamatórios, neuroprotetores e analgésicos.

Sua ação no organismo é resultado de uma complexa rede de interações. O CBD atua como um modulador de diferentes sistemas biológicos, influenciando não apenas o sistema endocanabinoide, mas também os sistemas serotoninérgico e vaniloide, entre outros mecanismos.

Essa versatilidade permite que ele contribua para o equilíbrio fisiológico e o bem-estar geral, favorecendo respostas terapêuticas em diversos contextos clínicos.

Médico escrevendo receita ao lado de frascos de óleo de CBD para uso medicinal.
  • O canabidiol atua em diversos sistemas do corpo (endocanabinoide, serotoninérgico e vaniloide), proporcionando efeitos anticonvulsivantes, ansiolíticos, anti-inflamatórios e neuroprotetores, sem causar efeitos psicoativos.
  • É amplamente estudado em epilepsias graves, Parkinson, Alzheimer e esclerose múltipla, além de mostrar potencial no tratamento de ansiedade, depressão e esquizofrenia, oferecendo alívio sintomático com menor risco de efeitos colaterais.
  • O CBD apresenta resultados promissores em doenças autoimunes (artrite, Crohn), dores crônicas e distúrbios do sono, ajudando a reduzir inflamações, modular a dor e melhorar a qualidade do descanso.
  • Também é utilizado para aliviar efeitos colaterais de tratamentos, como náuseas causadas por quimioterapia, mostrando-se uma alternativa segura e integrativa, embora ainda necessite de mais estudos clínicos para padronização.

Indicações Clínicas

As evidências científicas sobre o canabidiol (CBD) vêm crescendo de forma consistente, ampliando o entendimento sobre seu potencial terapêutico. Diversos estudos apontam resultados promissores em múltiplas áreas da medicina, especialmente no tratamento de distúrbios neurológicos, neurodegenerativos e inflamatórios.

doenças podem ser tratadas com o Canabidiol

Embora muitas pesquisas ainda estejam em desenvolvimento, o conhecimento acumulado até o momento já oferece bases sólidas para o uso clínico do CBD, reforçando seu papel como uma alternativa segura e eficaz em determinadas condições de saúde.

1. Distúrbios Neurológicos

  • Epilepsia (Síndromes de Dravet, Lennox-Gastaut e Esclerose Tuberosa)

A epilepsia refratária é um dos maiores desafios da neurologia moderna, caracterizada por crises convulsivas que persistem mesmo com o uso de múltiplos medicamentos antiepilépticos. Nesse contexto, o canabidiol (CBD) tem se destacado como uma alternativa terapêutica promissora, capaz de reduzir a frequência e a intensidade das crises e de melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes, especialmente em crianças.

Estudos clínicos internacionais demonstraram a eficácia do CBD purificado, utilizado em formulações aprovadas para o tratamento de síndromes epilépticas graves, como Dravet, Lennox-Gastaut e Esclerose Tuberosa, consolidando essa aplicação como uma das mais bem documentadas na literatura científica.

  • Doença de Parkinson e Esclerose Múltipla

Em doenças neurodegenerativas, o canabidiol tem mostrado potencial neuroprotetor e anti-inflamatório, atuando na modulação de processos celulares que contribuem para a degeneração do sistema nervoso.

Pesquisas apontam que o CBD pode aliviar sintomas motores e não motores, como espasticidade, tremores e dor neuropática, favorecendo o bem-estar e a melhora da mobilidade de pacientes com esclerose múltipla e doença de Parkinson. Embora os resultados sejam encorajadores, os especialistas ressaltam a necessidade de ensaios clínicos de longo prazo para confirmar a eficácia e estabelecer protocolos terapêuticos padronizados.

  • Doença de Alzheimer

Na doença de Alzheimer, o canabidiol tem sido estudado por sua capacidade de reduzir a neuroinflamação e o estresse oxidativo, dois mecanismos intimamente relacionados à progressão do quadro demencial. Pesquisas iniciais indicam que o CBD pode proteger os neurônios contra danos oxidativos, preservar funções cognitivas e até retardar o declínio progressivo da memória. Embora ainda em fase experimental, essas evidências apontam o canabidiol como um potencial agente neuroprotetor, abrindo novas perspectivas para o tratamento de doenças associadas ao envelhecimento cerebral.

2. Transtornos Psiquiátricos

  • Ansiedade e Depressão

Os transtornos de ansiedade e depressão estão entre as condições de saúde mental mais prevalentes no mundo, afetando milhões de pessoas e comprometendo significativamente a qualidade de vida. Nesse cenário, o canabidiol (CBD) tem emergido como uma alternativa terapêutica promissora.

Estudos clínicos sugerem que o CBD modula os sistemas serotoninérgico e GABAérgico, os quais desempenham papel essencial na regulação do humor, do estresse e das emoções. Essa interação favorece efeitos ansiolíticos e antidepressivos, sem os impactos colaterais frequentemente associados aos medicamentos tradicionais, como sonolência excessiva, dependência ou ganho de peso.

Pesquisas também apontam que o uso controlado do canabidiol pode reduzir sintomas de ansiedade social, melhorar a qualidade do sono e restaurar o equilíbrio emocional, especialmente quando utilizado sob acompanhamento médico e associado a abordagens psicoterapêuticas.

  • Esquizofrenia

No campo das psicoses, estudos iniciais indicam que o canabidiol pode exercer efeitos antipsicóticos, auxiliando na redução de sintomas como delírios, alucinações e desorganização do pensamento. O CBD parece atuar de forma diferente dos antipsicóticos convencionais, modulando circuitos neurais ligados à dopamina e ao glutamato, sem provocar os efeitos colaterais motores comuns desses fármacos.

Embora os resultados sejam encorajadores, a pesquisa ainda se encontra em fase experimental. São necessários ensaios clínicos mais amplos e controlados para confirmar a eficácia, definir dosagens ideais e compreender plenamente o papel do canabidiol no tratamento da esquizofrenia e outros transtornos psicóticos.

3. Condições Inflamatórias e Autoimunes

O canabidiol (CBD) tem se destacado por suas propriedades anti-inflamatórias e imunomoduladoras, atuando na regulação do sistema endocanabinoide e na redução da liberação de citocinas pró-inflamatórias. Essas ações ajudam a modular a resposta imunológica e a controlar processos inflamatórios crônicos que caracterizam muitas doenças autoimunes.

Em condições como artrite reumatoide, doença inflamatória intestinal (como a doença de Crohn e a colite ulcerosa) e psoríase, o uso terapêutico do CBD tem mostrado potencial para aliviar a dor, reduzir inflamações e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Embora os estudos ainda sejam iniciais, os resultados apontam para uma alternativa promissora, especialmente para indivíduos que não respondem bem aos tratamentos convencionais.

4. Distúrbios do Sono

Os distúrbios do sono, como a insônia crônica e as alterações no ciclo sono-vigília, são cada vez mais frequentes na população e estão frequentemente associados à ansiedade, ao estresse e a doenças crônicas.

O canabidiol tem mostrado potencial para regular o ciclo natural do sono, promovendo relaxamento, redução da ansiedade e melhoria na qualidade do descanso. Sua ação moduladora sobre os sistemas serotoninérgico e endocanabinoide contribui para um sono mais profundo e reparador, sem os riscos de dependência e efeitos colaterais observados com sedativos tradicionais.

Por esse motivo, o CBD vem sendo estudado como uma alternativa natural e segura para o tratamento de distúrbios do sono.

5. Dores Crônicas e Neuropáticas

A dor crônica afeta cerca de 20% da população mundial, representando um desafio constante para a medicina moderna. O canabidiol tem demonstrado eficácia no alívio da dor neuropática, da fibromialgia e da enxaqueca, atuando sobre receptores canabinoides (CB1 e CB2) e canais TRPV1, que participam da percepção da dor e da inflamação.

Além de reduzir a liberação de mediadores inflamatórios, o CBD contribui para melhorar o bem-estar físico e emocional dos pacientes, sem causar dependência ou tolerância — efeitos comuns em analgésicos opioides.

Essas características fazem do canabidiol uma opção terapêutica com bom perfil de segurança e ampla aplicabilidade clínica.

6. Distúrbios Gastrointestinais

  • Náuseas e Vômitos Induzidos por Quimioterapia

O CBD tem demonstrado ação antiemética, ajudando a reduzir náuseas e vômitos em pacientes oncológicos submetidos à quimioterapia. Essa propriedade o torna um importante aliado no manejo dos efeitos adversos de tratamentos contra o câncer, contribuindo para a manutenção do apetite e do estado nutricional.

  • Doença de Crohn e Colite Ulcerosa

O efeito anti-inflamatório e regulador do sistema endocanabinoide confere ao CBD potencial terapêutico também no trato gastrointestinal. Estudos apontam que ele pode diminuir a inflamação intestinal, aliviar a dor abdominal e reduzir desconfortos digestivos, tornando-se uma opção complementar para o controle da doença de Crohn e da colite ulcerosa.

Considerações finais

O canabidiol (CBD) representa um dos avanços mais significativos na interface entre a pesquisa científica e a prática médica contemporânea. Sua ampla atuação sobre diferentes sistemas biológicos — especialmente o endocanabinoide, o serotoninérgico e o vaniloide — explica a diversidade de efeitos terapêuticos observados em distintas condições clínicas.

Apesar dos avanços, é importante reconhecer que parte das indicações ainda carece de ensaios clínicos robustos e padronizados, capazes de confirmar a eficácia, definir doses ideais e estabelecer protocolos terapêuticos seguros.

O progresso contínuo das pesquisas — aliado à regulamentação adequada e à prescrição responsável — é essencial para consolidar o papel do canabidiol na medicina baseada em evidências.

Assim, o CBD se destaca não apenas como uma promessa terapêutica, mas como um marco no desenvolvimento de abordagens mais integrativas, seguras e centradas no paciente, capazes de transformar o cuidado em saúde e ampliar as fronteiras da farmacologia moderna.

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